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O futuro da Amazônia: do diálogo à ação

Durante dois dias a atenção internacional foi colocada na cidade brasileira de Belém no estado do Pará,

Pela primeira vez em 14 anos, os representantes dos oito países com jurisdição sobre a região amazônica, e que fazem parte da Organização do Tratado de Cooperação da Amazônia (OTCA) reuniram-se na Cúpula de Presidentes da Amazônia. Durante dois dias a atenção internacional foi colocada na cidade brasileira de Belém no estado do Pará, onde os chefes de Estado do Brasil, Colômbia, Bolívia, Peru e Guiana, junto com os altos representantes governamentais da Venezuela, Equador e Suriname conversaram sobre a proteção da bacia amazônica.

Havia uma grande expectativa em torno deste encontro e das decisões políticas que seriam tomadas ou não. A diretora de Relações de Governo e Assuntos Internacionais da WWF Colômbia, declarou que será uma reunião frutífera se pelo menos consolidar- se uma “renovada mensagem política, reconhecendo o dever de deter o ponto de inflexão amazônico como prioridade regional e global”.

Para alguns, o simples fato desta reunião de alto nível ser concretizada, já é motivo de comemoração. Assim como a ampla declaração assinada pelos oito países com ênfase na cooperação regional. Enquanto outros consideram que a cúpula não teve o impacto esperado pois; apesar de ter sido apresentado um roteiro para a proteção das florestas tropicais, este não inclui compromissos concretos para pôr fim ao desmatamento. Assim lamentaram as organizações não governamentais como  o Observatório do Clima, um conglomerado que reúne mais de setenta grupos ambientalistas brasileiros. Estas solicitaram que “decisões concretas impeçam definitivamente o desmatamento da floresta.

A coordenação e concordância entre os oito países com acesso à bacia amazônica é indispensável para pôr fim ao desmatamento ilegal e evitar um colapso que afetaria não só a região, mas o mundo inteiro, devido ao papel desempenhado pela Amazônia na regulação do clima. Por conseguinte, o diálogo e este roteiro representam um primeiro passo, indispensável para abordar esta problemática preocupante.

Se algo ficou claro depois da reunião em Belém é a urgência de priorizar novos projetos e avançar para os objetivos traçados. Entre as respostas ao problema do desmatamento ilegal na região, as iniciativas privadas estão se ampliando. Exemplo disso é o Projeto Mejuruá , realizado pela empresa brasileira especializada em gestão florestal sustentável, BR Arbo Gestão Florestal. Trata-se de um projeto de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD+) cuja adoção terá um significativo impacto positivo na região.

A proposta da BR ARBO Gestão Florestal representa uma das maiores iniciativas de conservação florestal já realizadas na região amazônica. Este ambicioso programa de conservação foi projetado para proteger 900.000 hectares localizados nos municípios de Carauari, Juruá e Jutaí, no coração da região centro-ocidental do estado do Amazonas, uma região rica em biodiversidade.

Uma parte desses hectares será utilizada para a realização de atividades de gestão florestal sustentável, mantendo intactas outras zonas que, por sua vez, serão protegidas da atividade de desmatamento ilegal através de uma vigilância rigorosa. Para isso, o Projeto Mejuruá prevê envolver os cidadãos locais, através do programa “anjos da floresta”, que será destinado a reforçar os esforços de vigilância e coleta de dados, a fim de maximizar a proteção da região e aumentar os conhecimentos para combater o desmatamento ilegal. No entanto, o projeto busca ir além, já que não só pretende envolver as populações locais, mas também fazer de suas necessidades uma prioridade. A fim de melhor identificar e compreender essas necessidades, a empresa reunirá com as diferentes comunidades e partes interessadas, como os governos locais, as organizações não governamentais, etc. O resultado desses encontros permitirá consolidar um projeto social focado em ações conjuntas de apoio à comunidade local.

Ao envolver as populações locais, o projeto pretende ter um impacto duradouro nas comunidades que vivem na região, através da criação de postos de trabalho sustentáveis em silvicultura e energia, na geração de energia e água limpa e na melhoria do acesso aos serviços de educação e saúde.

Conservar a biodiversidade da Amazônia é também o objetivo do Projeto REDD+ Castanheiros desenvolvido pela empresa Florestas Amazônicas (BAM). Este programa de conservação privada envolve mais de 700 famílias que vivem da produção de castanhas; com o objetivo de gestão sustentável de mais de 500 mil hectares floresta na região Madre de Dios, no extremo sul do Peru, na fronteira com o Brasil e a Bolívia.

A fim de evitar o desmatamento nas concessões de exploração da castanha e preservar a sua extraordinária biodiversidade, a BAM associou-se a mais de 400 famílias agrupadas na Federação de Castanheiros (FEPROCAMD). A equipe local oferece assistência técnica e legal a cada um de seus parceiros, reforçam suas capacidades e melhoram a qualidade de suas produções, sem perder o foco na conservação e o manejo sustentável de seus processos.

Sem dúvida, iniciativas como o Projeto Mejuruá ou o Projeto REDD+ Castanheiros, são fundamentais para a luta contra o desmatamento na Amazônia, mas além disso estas iniciativas se destacam por priorizar as comunidades locais. Esta colaboração entre organizações e cidadãos é fundamental para gerar um impacto positivo para todas as partes envolvidas. A consolidação de projetos deste tipo é tão importante como os diálogos empreendidos na recente Cúpula de Belém. Todos estes passos permitirão o  avanço de propostas, enquanto se aguardam projetos com metas claras e recursos para concretizá-las.

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