Com Santos e Palmeiras fazendo a grande final da Libertadores de 2020, resolvemos relembrar grandes momentos da história do duelo entre o alvinegro praiano e o verdão paulistano. Nos anos 1960, apenas a Academia do Palmeiras de Ademir da Guia conseguia bater o Santos de Pelé. Saiba mais sobre essa história nesta sexta-feira (29).
Veja também: Relembre os clubes brasileiros que conquistaram a Libertadores
O “imbatível” Santos de Pelé
É unanimidade entre os cronistas esportivos brasileiros que o Santos dos anos 1960 era imbatível: a equipe, que contava com o garoto Pelé no elenco desde o fim da década anterior, conquistava praticamente tudo que disputava.
Além do acúmulo de troféus na sala do Santos Futebol Clube, o prestígio que o time possuía transbordava na figura de seu maior astro. Ou seja, era quase impossível enfrentar o time do Rei Pelé, três vezes campeão do mundo, maior jogador da época e um dos maiores de todos os tempos; e vencê-lo.
Assim, a equipe alvinegra conquistou os campeonatos paulista de 1958 (com Pelé já artilheiro), 1960, 1962, 1964, 1965, 1967, 1968 e 1969. Ou seja, o Peixe só não foi campeão estadual em três edições na década em questão; além de acumular a contagem de 8 títulos paulistas em 12 disputados (1958 a 1969).
Nesta mesma época, o Rei Pelé conquistou a artilharia de dez das doze edições listadas na contagem. Assim, a hegemonia do Santos do Rei consagrava a equipe praiana não só em seu estado, mas com reconhecimento internacional.
Naquele auge, o time de Pelé conquistou oito títulos nacionais (Taça Brasil e Troféu Roberto Gomes Pedrosa) entre 1959 e 1969; além de dois Mundiais Interclubes, em 1962 e 1963.

No entanto, o time dos sonhos daquela época também precisava reconhecer que apenas um adversário podia pará-lo: a geração que ficou conhecida como Academia do Palmeiras.
A Academia do Palmeiras e Ademir da Guia
Nos hiatos das sequências de títulos santistas existe um sopro de resistência palestrina: aquela geração de palmeirenses era o único time que conseguia vencer o Santos do Rei Pelé.
Assim, com uma base do esquadrão campeão paulista em 1959 a primeira Academia do Palmeiras nasceu com nomes como Valdir de Moraes, Djalma Santos, Geraldo Scotto, Zequinha, Valdemar Carabina e Julinho Botelho.
Ao lado destes, outras lendas do Verdão contribuíram para quebrar a hegemonia santista; como Djalma Dias, Servílio e Vavá.
Assim, a chamada Academia do Palmeiras conquistou o Campeonato Paulista de 1959 (batendo o Santos de Pelé na final, por 2 a 1), 1963 e 1966; impedindo as sequências de títulos santistas, que pareciam infinitas.
No entanto, um de seus maiores craques foi Ademir da Guia; filho do zagueiro Domingos da Guia. Ademir e o Palestra possuem uma história intensa de amor e dedicação pelo futebol.
Apesar de não fazer parte da equipe em 1959, o meio campista do Palmeiras foi fundamental para as conquistas estaduais e a projeção nacional do time na década seguinte. Lembrado como o maior craque daquela geração, o meio campista fez história vestindo o manto do Palestra.
Leia também: Além de Pelé e Soteldo, veja outros históricos camisas 10 do Santos
O Clássico da Saudade: Pelé x Ademir da Guia
Assim os duelos entre Santos e Palmeiras se tornaram, além de clássicos paulistas, clássicos nacionais. Dessa forma, o Palmeiras alternava a conquista de títulos brasileiros, vencendo títulos nacionais em 1960, 1967 e 1969; somando quatro troféus em sua sala (Taça Brasil e Troféu RGP).
Décadas depois, a imprensa esportiva fez questão de registrar a admiração pelo duelo que era proporcionado por Santos e Palmeiras nos anos 1960. Em meados dos anos 1980, surgiu a denominação “Clássico da Saudade” para se referir ao confronto entre Santos e Palmeiras.
Dessa forma, o chamado Clássico da Saudade ganhou este nome pelo fato de reunir os dois maiores times do futebol paulista durante o auge do futebol-arte brasileiro, na década de 1960; onde o Palmeiras tinha Ademir da Guia como principal craque, enquanto o Santos tinha Pelé.